Declaração do ACM Europe sobre tecnologias de rastreio de contactos

By Miguel Pardal / 03-06-2020 / In categories Blog

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Declaração do ACM Europa sobre tecnologias de rastreio de contactos

O vírus SARS-CoV-2 e a pandemia COVID-19 têm atingido pessoas em todo o mundo. A equipa SureThing deseja a todos o melhor durante estes tempos.

O rastreio de contactos, usado para identificar aqueles que estiveram em contacto com pessoas infetadas, foi apresentado como um instrumento para ajudar a controlar a pandemia, tendo aparecido múltiplas propostas técnicas para o efeito. Talvez a mais notória seja a API para smartphones proposta pela Google e pela Apple.

Recentemente, a ACM Europa emitiu uma declaração sobre os princípios e práticas de rastreio de contactos.

A ACM afirma que “neste momento, as aplicações de rastreio de contactos conhecidas não conseguem preservar completamente a privacidade e o anonimato dos indivíduos”. Além disso, “a precisão das aplicações de rastreio de contactos não foi comprovada e não pode ser dada como assumida por múltiplas razões técnicas”. Por último, “a elevada qualidade técnica e funcionalidade não será suficiente, por si só, para que a tecnologia de rastreio de contactos seja eficaz”.

Uma das razões técnicas diz respeito às interferências de radiofrequências, no Bluetooth e noutras tecnologias sem fios, que não são concebidas para medir a distância física. O cálculo da distância física é complicado devido à interferência de ondas: quando há interferência construtiva, um dispositivo distante pode ser alcançado, mas quando há interferência destrutiva, mesmo os dispositivos próximos podem não ser detetados. O ambiente circundante e a presença de metais ou água (no corpo humano, por exemplo) desempenham um papel importante nas interferências.

Muitos dos princípios e práticas ACM declarados em matéria de arquitetura, transparência, supervisão, salvaguardas e contribuição pública são também relevantes para os sistemas de provas de localização. No entanto, as provas de localização não são concebidas para o rastreio de contatos. Elas assumem uma participação voluntária por parte do utilizador. Na arquitetura SureThing, o utilizador é o Prover, que inicia e, em muitos aspetos, controla o processo de prova. Além do Prover, e nos casos em que usamos testemunhas ad-hoc (em contraste com as testemunhas fixas), estamos também a trabalhar na proteção de testemunhas, para permitir aos utilizadores do SureThing selecionar o grau de exposição de privacidade que estão dispostos a doar à comunidade.